Sunday, September 03, 2006

Mas tinha que ser aqui no Japão?

Tudo acontece em dias normais.

Voltando para casa de bicicleta, em um dos primeiros dias de outono. O tempo não está tão quente assim. É fim de tarde.

Como de costume, atravessei o cruzamento da estação do Bonde. Falta pouco para chegar em casa. É só dobrar o estacionamento e lá estou eu no meu lar.Estou com um pouco de pressa, pois depois eu preciso sair de novo.

Ouço um grito atrás de mim. De primeira, acho que era uma criança gritando. Mas de repente, um silêncio. Olho para trás, uma moça jogada na faixa de pedestres. Não acreditei naquilo que vi, olhei de novo. E lá estava a moça esparramada na faixa de pedestres.

Fiquei olhando atônita. Ninguém se mexeu. Até que resolvi ligar para o 110 ban - Polícia, o único número que me veio a cabeça. Enquanto ligava, fiquei observando a cena. Parecia uma fotografia. Vários carros imóveis, inclusive a do autor(a) do baque. Ninguém se mexia. Quem tava perto não se movia.

Não conseguia chegar perto, pois não consigo falar ao telefone e andar de bicicleta ao mesmo tempo.

Quando o cara do 110 perguntou se precisava de ambulância, chegaram algumas pessoas perto da moça. Falei que precisava da ambulância. Depois o moço agradeceu e fui embora.

Não sou muito chegada em acidentes. E mesmo que eu fosse lá ajudar a moça, não saberia o que fazer e entraria em desespero. Por isso, voltei para casa e ouvi a ambulância chegar no local.

Depois o peso na consciência. Será que eu tinha que ficar lá? Será que fiz mal em não ter ajudado a moça? Será que eu podia fazer alguma coisa? Será...Será...Será???

Sinceramente, não sei o que fazer nessas situações.

Não sei se o que fiz foi certo. Foi a primeira vez que presencio algo assim. Seja o que for, espero que ela esteja bem agora, em algum lugar.