Sunday, December 31, 2006

Playback 2006

Restrospectiva 2006 Janetinha:

- Decidi virar 1/3 auditora e 2/3 estudante. Foi o ano que vivi o melhor-segundo- meio-dia de auditor: Quando decidi me afastar do emprego por um ano. Foi o 2/3 de ano mais intenso de minha vida. E os 1/3 restantes foram o fim do inferno para mim.

- Nunca imaginei trabalhar sorrindo no inferno. É claro que isso foi na última semana de inferno.

- Passei por muita agonia até a definição da data de embarque. Mas tive inúmeras festas e encontros de despedida. Quero agradecer até agora por ter amigos tão especiais, mesmo tão longe. E amigos tão especiais que aguentam gente breaca!

- Senti na pele a primavera de 5 graus no Canadá em apenas 5 horas de espera. E eu achava que isso era suuuuuper frio!

- Vi como eh bonita a paisagem de neve com cerejeira de dentro do trem. Embora nunca tenha sentido, até então, o que era neve na pele.

- Me senti protegida por um monte de montanhas com cobertura de Leite condensado. E nesse lugar me estabeleceria por 8 meses!

- Mas no verão, o leite derreteu. E virou água verde no rio...estranho, será leite estragado?

- Sempre odiei ar condicionado. Este ano descobri que amo ar condicionado. Espero mudar essa opinião até chegar em casa...

- As lições: Aprendi a tirar os sapatos na casa dos outros, mesmo com chulé. Aprendi a comer toda a comida do prato, mesmo que esteja muito ruim. Aprendi a comer Natto, mesmo que isso seja soja podre. Aprendi a fazer compras pra um dia, e não para uma semana como fazia no Brasil. Aprendi a usar trem e não mais ônibus. Aprendi a gostar de Lamen, porque não é Miojo. Aprendi que os homens nem sempre parecem homens, porque mesmo que sejam parecidos com mulheres, eles ainda são considerados homens. Aprendi que não se pode dar selinho na rua, porque isso é quase um crime. Aprendi que o melhor sashimi é de Himi e que os outros sashimis são ruins (isso vai me prejudicar no ano que vem). Aprendi que nem todos jovens japoneses parecem estranhos, Eles são mais estranhos do que imaginamos. Aprendi a falar obrigado em hungaro, amigo em koreano e vai tomar no c* em russo, embora não saiba até agora como se fala isso em japonês. Aprendi que não se deve comprar um ipod com capacidade maior que a do seu micro porque você não tem dinheiro pra comprar um HD com a mesma capacidade. Aprendi que nem todo tarado é burro. E que existem tarados interessantes no mundo. E isso é bom desde que eles não sejam atrevidos com você.

- Descobri que o mundo dá voltas. E que o mundo é globalizado. Tantos encontros e reencontros que realmente me surpreenderam.

- Vi que os(as) velhinho(a)s do Brasil têm que ter como meta o(a)s velhinhos(as) daqui: Lúcidas, engraçadas e cheia de coisas para nos ensinar. Só não podem andar de bicicleta e de carro, como fazem aqui, porque isso já é perigoso demais.

- Vi que os jovens daqui tem muito o que aprender com os velhinhos. E precisam aprender boas maneiras com a gente. (Porque me emociono quando vejo um jovem dando lugar para um velhinho. Esse ato era tão comum no Brasil...).

- Descobri que a Rússia vivia em guerra fria com o império da água negra mas importava Beverly Hills 90210. (Tá, era no finzinho da guerra fria).

- Descobri como as pessoas são diferentes em cada canto to mundo. Nunca convivi com tanta gente de tanto credos, nacionalidades e etnias diferentes. Mas no fundo, It´s a small world after all, porque todos falam mal do Japão.

- Ainda não descobri como se faz um real ritual de tomar chá. Embora tenha ido em vários pseudosadous.

- Escrever com tinta preta é legal! Ainda mais quando essa tinta preta não sai da sua roupa nem com erva-de-mata-santo! E depois pensar que larguei o Shodo...Foi por motivos óbvios.

- Encontrar ostras e peixes vivos dentro da bandeija lacrada em supermercado é algo possível e real! Cuidado com os carangueijos!

- Descobri que os motoristas velhinhos do Japão não gostam de brasileiras com bicicletas.

- Neve...Neve é gelado!

- Da última vez que senti frio de -3 na minha vida, antes de vir para cá, foi numa câmara fria de fermentos. E o moço responsável falou que meu óculos poderia quebrar. Espera ele vir para cá, então. Partindo da lógica dele, outras coisas podem quebrar.

- Encontrei os meus familiares e lá me encontrei. Com 14 anos de idade. Encontrei meus pais e meus avós recém casados. Encontrei resquícios de minha família no outro lado do mundo.

- Ah, outro aprendizado: a viver com 200 ienes na carteira por uma semana. É bom deixar resto de comida congelado! Sempre vai servir para alguma coisa.

-Aprendi um novo método de suicídio: embaixo do telhado em dia de neve em Toyama. Ainda mais do templo Zuiryuji. Quando elas escorregam deve ser pá-pum.

- Quebrar carro em primeiro dia de tempestade de neve é foda.

- Pegar taxi em dia de neve, só com reserva.

- Tem gente que vive em frio de -50!

- Enfim...teve outras muitas coisas. Mas acho que não possuem o crédito serem postadas aqui. Enfim, 2006 foi um ano muito intenso e cheio de novidades!

Espero que 2007 seja mais intenso. E que assim seja pra vocês também!

Feliz Ano Novo!

Monday, December 25, 2006

I wish you a Merry Christmas...

and a Happy New Year!

Thursday, December 21, 2006

about numbers and accountancy...

Vim para o outro lado do mundo a fim de me livrar do serviço.

Queria férias de números e de contabilidade.

Pegando aula de análise financeira hoje, descobri como eu gosto do que eu fazia.

Acho que tá chegando a hora de voltar para o inferno...

Monday, December 18, 2006

Neve pra Arale!

Primeira chuva de neve da minha vida. Em plena madrugada.

Mais achei que fosse chuva de granizo. Faz barulho que só.
Mas aí descobri que isso se chama Mizore. Que é granizo de inverno! hahahahaha.

A foto eu tirei da janela da minha casa. Aquelas coisinhas brancas são o resquício do granizo da noite passada. parece que alguém teve o trabalho de organizar aquilo tudo bonitinho, né?

E quem vive aqui fala que a rua vai ficar branquinha....

Os risquinhos estão na foto porque estava muito frio para abrir a janela. Imagina o frio que vai fazer quando começar a acumular...brrrrrrrrr

Neve pra Arale(*)!

* Pra quem não sabe, a Arale é minha cadela branquinha. E em japones Arale é também chuva de neve. hee heee... deeeer!

Friday, December 15, 2006

Radio Janetinha - Jpop Mode

Hoje na rádio Janetinha, vamos falar sobre SMAP.
SMAP é um boys band daqui do Japão formada em 1989. Sim, os integrantes têm mais de 30 anos (exceto o Shingo que vai fazer 30 ano que vem). Desde que lançaram seu primeiro single "Can´t stop Loving", eles não param de fazer sucesso. Possuem o seu próprio programa de televisão (SMAP x SMAP pela Fuji TV) e individulamente fazem parte do elenco permanente de vários programas históricos da TV japonesa (como o Waratte iitomo com o tiranossaurico Tamori).

O que mais gosto no SMAP é que as musiquinhas deles nem sempre falam de mulheres, coração partido ou amor mal resolvido. O que os tornam bem diferentes de Boysband americanos. Eles passam mensagens legais nas músicas. O que é bem interessante, levando em conta que no Brasil, as bandas populares somente cantam sobre bundas, tchuchucas e traição.

Individualmente, eles são bem interessantes. Por exemplo, o Kimura Takuya, considerado por anos consecutivos o namoradinho do Japão, tem um gênio forte. Não gosta de perder, e tem várias habilidades como cozinhar, praticar esportes e etc. Me lembro que uma vez ele desafiou a golfista mundial Ai Miyazato para uns joguinhos malucos de golfe e ainda ganhou dela. Eu particularmente gosto do Shingo, que é o mais novinho. Ele faz parte de programas de comédia por possuir um senso de humor muito bom. Adora beber e sempre é bem humorado. É meio retardado também. Deve ser por isso que me chama tanta atenção.

Olha o videozinho do Shingo e do Takuya aprontando:

Todos eles são atores também. Vale lembrar que o Shingo tyan fez sucesso no Brasil (pelo menos entre os vovozinhos) com a novela da NHK "Shinsengumi", onde ele era o ator principal, interpretando o chefe do Shinsengumi, Isami Kondo.

Vou deixar aqui um videozinho do Youtube e a letrinha de "世界に一つだけの花”(Sekai ni hitotsu dake no hana).



世界に一つだけの花

花屋の店先に並んだ
いろんな花を見ていた
ひとそれぞれ好みはあるけど
どれもみんなきれいだね
この中で誰が一番だなんて
争うこともしないで
バケツの中誇らしげに
しゃんと胸を張っている

それなのに僕ら人間は
どうしてこうも比べたがる?
一人一人違うのにその中で
一番になりたがる?

そうさ 僕らは
世界に一つだけの花
一人一人違う種を持つ
その花を咲かせることだけに
一生懸命になればいい

困ったように笑いながら
ずっと迷ってる人がいる
頑張って咲いた花はどれも
きれいだから仕方ないね
やっと店から出てきた
その人が抱えていた
色とりどりの花束と
うれしそうな横顔

名前も知らなかったけれど
あの日僕に笑顔をくれた
誰も気づかないような場所で
咲いてた花のように

そうさ 僕らも
世界に一つだけの花
一人一人違う種を持つ
その花を咲かせることだけに
一生懸命になればいい

小さい花や大きな花
一つとして同じものはないから
NO.1にならなくてもいい
もともと特別なOnly one

A única flor do mundo

Fiquei observando as várias flores
expostas na frente da floricultura
Todas elas são bonitas
mesmo nós tendo gostos tão diferentes
As flores não brigam entre si
para saber quem é a mais bonita
Cada uma está dentro do balde estufando o peito
e com muito orgulho de si.

E porque nós Humanos,
queremos tanto nos comparar?
Cada um de nós somos todos diferentes
Por que querer ser o primeiro?

Pois é, Cada um de nós somos
uma única flor no mundo
Cada um possui uma semente diferente.
e é só dar o seu melhor
para fazer com que a flor floresça.

Uma pessoa está perdida
e sorri indecisa.
Não tem jeito
Todas as flores que deram o melhor de si para florescer são lindas
Essa pessoa finalmente saiu da floricultura
com um buque colorido em suas mãos
junto com um sorriso estampado no rosto.

Como aquela flor que esta florescendo
num lugar onde ninguém percebe
e me deu um sorriso
mesmo eu não sabendo o nome dela.

Pois é, Nós também somos
uma única flor no mundo
Cada um possui uma semente diferente.
e é só dar o seu melhor
para fazer com que a flor floresça.

Pequenas flores, grandes flores
não existe uma igual a outra
não é preciso ser o número 1
melhor ser único e especial.

E um clipizinho extra da musiquinha nova deles:

Monday, December 11, 2006

Gostar ou não gostar: eis a questão!

Daqui a pouco me livro dessa terra estranha.

Terra estranha que gosto muito. Mas que, às vezes, me decepciona com certas coisas. Ao decorrer do blog, andei escrevendo várias coisas legais daqui. Nunca pensei em escrever mal deste lugar.

Com o demônio aflorando a mil dentro de mim, hoje serei mal. E escreverei tudo o que você nunca pensou em ouvir da minha boca (ou ver no meu blog) antes.

O que Odeio sobre:

- Homens. Eita sociedade machista-feminina. Odeio os homens daqui. Primeiro porque parecem mulheres. E segundo porque parecem detestar mulheres. Olhem bem: escrevi parecem. Os homens aparam sombracelhas, usam papéis de tirar oleosidade do rosto, pintam o cabelo e se cuidam excessivamente. Existe produtos de limpeza facial e maquiagem para homens. Mas, até aí, diria que eles são modernos e metrossexuais. Mas existem outros que usam bonecos de pelúcia enorme como chaveiro, usam bolsa rosa e sapato rosa combinando e sandálias da Hello Kitty. Até aí, eu diria que somente é uma questão de mal gosto misturado com choque de cultura. Mas o que não suporto neles é a falta de gentileza. Aquela gentileza, que nós, mulheres, estamos acostumadas no Brasil. Homens daqui fecham a porta na nossa cara. Não existe ladies first. Cortam a nossa frente na fila de supermercado com violência. Não pedem desculpas. Não são gentis com idosos. Não respeitam nem um pouco os professores na aula (se bem que existem mulheres nesse item, mas os homens são mais tagarelos, por incrível que pareça). Aí, meu caro, não posso entender. Já é muita falta de educação. Pode ser choque de cultura. Mas respeito é uma coisa que deve existir em qualquer país, não? Ah, é claro que não são todos assim. Isso eu sempre vejo na faculdade e com os colegiais. Pontos a menos para a masculinidade japonesa. Ah, só lembrando: Os chineses que, para mim, sempre tiveram uma imagem de homens grossos, são bem mais gentis. Saudades dos homens brasileiros. (ah, dos japoneses-brasileiros também).

- Vizinhos malas. Simplesmente odeio eles porque são covardes e acham que a gente morde. Por que eles têm o trabalho de ir na imobiliaria para falar que estamos fazendo barulho? Aí a bronca vai da imobiliária para os nossos responsáveis para depois chegar para nós. Até lá, a gente já estorou o tímpano do vizinho. O pior é quando eles chamam a polícia.

- Cops. Eles não tem nada a fazer. E se eu estiver na praça jogando conversa forra com uma amiga sem bebidas alcóolicas de noite, eles nos abordam e falam que é pra voltar pra casa, porque a gente parece meninas-revoltadas-que-fugiram-de-casa.

- Atendentes de grandes redes de lojas que não gostam do serviço. Tá, isso existe no Brasil também. Mas os atendentes mau humorados do Brasil são bem mais sinceros e tem mais sentimento do que os daqui. Os funcionários mau humorados japoneses são um asco. Eles decoram frases enormes para simplesmente falar "Se quiser um cupom de desconto é só se cadastrar no site". Mas no fundo imagino que eles estão falando " Coloca esse negócio ali e vão se fu***" e, ainda por cima, falam "Muito Obrigado e volte sempre". Pelo menos os mau humorados brasileiros não são tão cínicos.

- Professores. Odeio os professores daqui. Nem na Unesp a gente sofre tanto com a falta de atenção dos professores. Eles não dão a mínima para os alunos. A gente pode estar morrendo. Eles podem saber disso, mas nunca vão passar o material de quando a gente faltou e muito menos querem falar com a gente. Nessas horas me lembro como o Fausto era gente boa. Falava que a gente não merecia nota e que ia vender cachorro-quente na rodoviária de Sorocaba, mas pelo menos nos dava atenção e um conselho bom, de quebra.

- Bondinho. Odeio todo mundo que entra lá. Porque eles não compram carro?

Pensando bem, não odeio tanta coisa.

Mas que isso acaba com meu dia, é certeza!