Momentos nem tanto Kodak...
Faz 6 meses que estou em terras nipônicas...
Foi um período bem intenso. Marcado por muitas coisas novas. São coisas que gostaria de levar para o Brasil e mostrar para todo mundo. Mas infelizmente, não dá para mostrar tudo em fotos...
Por exemplo:
- O barulho que faz os arrozais no verão. É super gostoso andar de bicicleta com o vento nos arrozais. Além do barulho que faz, as ondas verde monocromáticas que movimentam as folhas são lindas. O único problema é que você tem que tomar cuidado para não cair no arrozal.
- Tirei várias fotos de Tateyama. Mas nenhuma é do jeito que a gente vê. As montanhas são lindas. E elas são enormes. É engraçada a sensação de segurança que você sente quando as vê. Até agora, o único homem que conseguiu passar essas sensação foi meu pai...
- Sorvete de Matcha. Sim, sorvete de chá. Do verdadeiro chá verde, ao pé da letra. Você acha que o sorvete é de pistache, mas é de matcha. O sabor é indescritível. é uma delícia. Pena que se eu levar para o Brasil, não vai chegar inteiro...
- Onsen. Thermas de água quente. Nunca senti minha pela tão boa como quando eu vou ao Onsen. Nem um dermatologista é capaz de fazer aquilo. Muito terapêutico. O único problema é a sensação de vergonha, pois é banho público...
- O silêncio dos templos. Claro que não estou falando dos templos de Kyoto. Lá tudo é bonito, mas não é silencioso. Tem muito visitante. Em alguns templos que você entra, principalmente as da seita Zen, você sente uma paz. Só tome cuidado com a feijoada antes de entrar no templo...
- Saborear as estações. Isso é uma coisa típica do Japão. Com as quatro estações bem definidas, as comidas servidas durante o período também é definido. No verão tem sorvete de Matcha, tem soba gelado e tem raspadinha de gelo com muitos sabores. No verão também tem muitos festivais e você usa Yukata. E também tem muitas queimas de fogos. Agora no outono, as folhas ficam caducas. É época de comer castanha portuguesa, ver a lua e, aqui em Toyama, curtir os festivais de colheita de arroz: como o tradicional Owara e Kokiriko.
- O mais triste é saber que depois que passa estação, você deixou de ver ou comer alguma coisa. (Na primavera não vi cerejeiras e deixei de ir para as paredes de gelo de Kurobe. Quanto a comida...você acha que eu vou escapar alguma coisa?!).
Eu queria compartilhar todas essas coisas boas com todo mundo. Mas vai ser meio difícil...
E fico pensando nisso tudo, agora, com o cheiro de Kinmokusei que dá um arzinho doce para as tardes tristes do outono...
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